“Se criança governasse o mundo...
... o trânsito seria uma maravilha.
Guerras, se existissem, não teriam tiros nem bombas.Terminariam sempre bem, com amigos e inimigos guardados juntos na caixa da paz.
Os bancos teriam dinheiro pra todos. Feito ali mesmo, rapidinho.
Fome? Não haveria. Comida? Seria feita sem fogo: salada de grama, farofa de areia, bife de caco de telha e suco de mentirinha. Cada um teria sua casa, móveis , camas quentinhas pros filhos. E carinho, muito carinho. A TV e o rádio contaria histórias e só dariam boas notícias:
- Hoje tem espetáculo!
- Desinventaram a injeção!
- Tempestade de sorvete prevista pra hoje à tarde!
O jornal “DE VEZ EM QUANDO” publicaria recados, retratos, curiosidades, convites, jogos, perguntas e ideias, muitas ideias. Jornalismos feito à mão: tinta, cola, tesoura, pincel e, naturalmente, papel.
A saúde teria prioridade:
- Uma colher de água pura antes das refeições.
- Duas gotinhas de mel depois de fazer a lição.
- Bala e pirulito, só se estiver muito aflito!
A tristeza seria respeitada e enterrada como um ritual. Alegria nasceria todo dia, junto com o Sol.
As árvores seriam coroadas “Rainhas da Natureza”, com seu reino doce, só de prazeres.
Todos os bichos seriam pra sempre. Inquebráveis!
As praias, limpas. Os rios, cheios de peixes.
O correio chegaria rápido e as respostas, mais ainda.
As lojas teriam de tudo. Pra gente comprar ou trocar: uma bola furada por uma revista sem capa. Um soldado solitário por uma boneca careca. Um tênis agonizante por uma dentadura de vampiro.
O tempo todo ia ter um trem pronto pra partir: o Japão é logo ali. Pra Rússia são dois minutos. Até a Lua, um pouco mais.
Brigas e desavenças teriam duras sentenças:
- Três dias sem ver desenhos.
- Dois dias sem pisar no skate.
- Um domingo sem sorvete.
Uma banda tocaria todo dia. Música é fundamental! É oxigênio que entra pelo ouvido.
Ninguém ficaria sem escola. Todos aprenderiam a ler, escrever e contar.
Voar seria tranquilo e totalmente seguro.
Os escritórios fariam ligações pro mundo inteiro. Altos negócios fechados, sentado... em um travesseiro!
Seria a coisa mais fácil ter um castelo à beira-mar.
Todos poderiam pintar e bordar.
Afinal, se criança governasse o mundo, sabe o que ele seria?
Uma bola de brincar!”
SLIDES